quarta-feira, 14 de outubro de 2009

tolerância


Já houve tempos em que eu me considerava muito tolerante.. Como quando tive um relacionamento com um homem a quem eu carinhosamente hoje me refiro como "polipolar tragi-comédia".. era mais um "agora eu que arque com as consequencias" do que um "eu amo ele assim mesmo"..naquela época sim, eu era tolerante...
Hoje tive mais uma prova de que minha tolerância diminui proporcionalmente com o tempo de vida de meus órgãos vitais. E eu nem acho que deva ser tolerante nesse caso, mas 100% das pessoas com quem dividi o acontecido acham, portanto... a errada sou eu! O fato foi o seguinte: Em 1 hora e meia de almoço, eu tinha a quase que intangível meta: ir pra casa lavar e secar os cabelos pro meu "encontro" de hoje a noite, ir ao banco, ir à farmácia, ir à loja de produtos naturais - e de lá ligar pra mãe da minha amiga pra saber a porra do nome da erva que ela toma e que tem efeitos quase que sobre-naturais -, almoçar e finalmente colocar gasolina no carro (já que o álcool nem tá valendo tanto a pena assim) e voltar para o trabalho. Nem tão intangível era meta quanto o estado de nervos em que eu me encontrava na saída do banho, sabendo de tudo o que eu ainda teria que enfrentar... e obviamente isso contribuiu enormemente para o ápice do meu nervosismo, quando me deparei com o "fato" ali de cima.
Na verdade foi uma sucessão de fatos.. e a grande maioria deles, no transito, é claro.
Pois bem, segue a narrativa:
Saí da marina onde trabalho com meu costumeiro sorriso no rosto pra presentear meu amigo da guarita com um "até depois" simpático.. nem pensei muito, já que já se tornou quase que um movimento involuntário. Sobe a sentinela, Maya passa pela guarita e com o pé já posicionado sobre o acelerador pronto pra meter ficha na segunda marcha quando se atravessa pela minha frente uma senhorinha de uns 75 anos que só pode ter saído da máquina do tempo naquele exato local naquele exato momento. Freeeeeio! Passa a senhorinha passo por passo, derruba a sacolinha beeeem na frente do meu carro, leva 5 minutos pra se abaixar, pegar a sacolinha e se levantar denovo (sim, eu já tinha aberto a porta a essa altura e tava saindo pra ajudar) e segue.. eu respiro, primeira, segunda, e vou... Cheguei em casa, quase fora da roupa, entrei no banho, saí, sequei o cabelo, prendi, me vesti e saí correndo...
Nas 22 faixas de segurança que existem no caminho entre minha casa e o banco, parei pra deixar as pessoas passarem. Sim, porque sou uma mulher muito bem educada e paro na faixa assim como espero que parem pra mim quando estou a pé. Mas falta discernimento, inteligência, senso comum e entendimento na maior parte das pessoas desse mundo. Pelo menos das que eu aguardo atravessar nas faixas.. elas pensam que a faixa de segurança é uma EXTENSÃO DA CALÇADA!!! Atravessam, desfilando seus corpinhos idiotas e sorrindo, como se estivessem em um palco e vc alí, dentro do carro parado feito uma morsa, a plateia deles.. Olha, não venha me falar que o tempinho que se fica alí esperando esses UNOS, esses VIZIGODOS passarem não faz diferença no seu dia.. no seu pode até não fazer, e não é nem uma questão de tempo, é uma questão de lógica! Como o ser humano chega a ser tão egocêntrico a ponto de achar que pode parar todo um trânsito de carros pilotados por pessoas que também em o que fazer só porque tá a pé, e atravessando na faixa?! Por favor, apresse a porra do passo pra atravessar!
Mas esses não são os piores... os piores são aqueles animais que decidem atravessar a rua onde bem entendem, sem faixa ou qualquer outra facilidade, e vc tem a obrigação de adivinhar que ele vem! E quando vc não para, ele aponta pro chão como se dissesse: "To andando caralho, teu carro tá ocupando meu espaço na rua!!!" e te olha com um olhar fulminante e assassino. Tiveram uns desses no caminho também...
Eu ouço meu hardcore do momento em que entro no carro até o momento em que saio do carro, e alguns transeuntes, ou mesmo outros motoritas - principalmente homens - me dão aquela olhada como quem me chama de "maloqueira" kkkkkkkkk, e vou te dizer, I dont give a shit about them. A verdade é que certamente se eu fosse obrigada a ouvir alguma outra coisa, na terceira faixa de segurança eu já teria descido do carro, e esbofeteado um boçal!
Pra terminar, quero que vcs saibam que eu cumpri sim, meu circuito, e bem dentro do tempo.
A tolerância sobre a qual eu queria falar, é essa de aceitar as ignorâncias e limitações das outras pessoas mesmo quando vêm em comboio. É claro que eu não sou nenhuma descontrolada descompassada que não engole esses sapos, eu engulo siiiimmmm. Mas vamos combinar que uma sucessão deles tira qualquer um do sério!

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