quarta-feira, 28 de maio de 2008




Hoje tava indo trabalhar e cruzei com um garoto andando de skate com fones de ouvido... ele tava se quebraaando em cima do skate, curtindo pra caraleo o som que tava tocando. Me deu uma saudaaaade... comecei a reparar ao redor, e um monte de gente se exercitando, caminhando, correndo, galera de long, de skate, de bike, olhei pra água e surfistas, windsurfers... tirando esses últimos dois que são na água, a maior parte dos outros esportistas tinham fones de ouvido. Cada um lá, ouvindo sua coisinha. Mas o garoto, lá de cima, certeeeeeza que tava ouvindo um hardcore! A trilha sonora pra andar de skate teve várias eras... a era do hiphop old school, ouviamos House of Pain, Body Count, Cypress Hill... isso foi um pouco antes de eu conhecer o hardcore. Meio que junto comigo, entrou a era skatecore... pra mim a melhor de todas, acho que nenhum som combina mais com a sensação de andar de skate do que esse. Sua origem está ligada à marginalização e o estereótipo negativo associado aos skatistas no começo da década de 80, nos EUA. Foi o skatecore que influenciou muitas bandas californianas contemporâneas. Naquela época eu andava ouvindo Green Day (mostly), Bad Religion, NOFX, Circle Jerks, Suicidal Tendencies, The Adolescents, Minor Threat... e dava um gas do cacete!!!
Depois disso, veio a era do RAP. Chegou chegando, e num piscar de olhos só se ouvia rap nos vídeos, nos campeonatos, nos fones de ouvido. Eu curti pra caraleo o som, mas nunca me empolguei pra andar de skate ouvindo rap. Mesmo porque na época tinha muito menos a ver comigo do que tem hoje.
Depois da era do rap, veio a do alternativo... Weezer, The Verve, Smashing Pumpkins... tb curti muuuito, mas não combinava com o skate. Na real nessa época eu já nem andava mais...
Hoje em dia se ouve o que quer, o skate ganhou o parceiro longboard, mais surf, mais zen, mais rápido e evasivo porém com menos manobras... Com a independência que o ipod e o mp3 trouxeram, fica possível escolher sua própria trilha sonora pra dar sua bandinha...
Ainda é automático pensar em skate e ter a sensação de HC na veia... não sei pra vocês mas pra mim é uma puta sensação...

sexta-feira, 23 de maio de 2008




Ouço música absolutamente todos os dias... Meu bom e velho hardcore na maioria das vezes, mas como me considero uma pessoa razoavelmente eclética, sempre acaba rolando uma coisinha mais light pra trazer uma brisinha refrescante ao meu dia. Por ter verdadeira paixão por algumas bandas, acabo sempre ouvindo as mesmas... até que vem alguém e me recomenda algo com o que eu me identifique. A última foi Against Me!, indicada pelo meu grande amigo Gustavo. Tem meses já, mas ainda é nova pra mim... ainda me surpreendo com um acordezinho que não tinha ouvido antes, ou me imagino fazendo coisas malucas. Quando isso acaba, é hora de ouvir outra coisa. A M! pra mim reúne várias características que eu aprecio nas bandas que me cativam. Tem uma influência Folk e Irlandesa, é pesado, melódico, eufórico e as letras são interessantes. Os caras são da Florida, e existem já há uns 10 anos. Pra quem não curte som rasgado deve incomodar, porque o vocal é gritantemente berrante. Ontem recebi um amigo aqui em casa, o Sergio, músico de primeira, de qualidade. Estávamos conversando e comentei com ele sobre o tom Folk do Against Me! e resolvi mostrar pra ele... Ele é acostumado a ouvir coisa bem light, toca jazz e bossa nova, ouve mantras... dá pra imaginar o impacto! Mas ele foi especialmente cordial e nem gritou, não surtou, não quebrou minha TV... só fez entender que não tava acostumado com aquilo. Pra mim é uma das melhores bandas que tive contato nos últimos tempos... A discografia conta com Reinventing Axl Rose (2002), As the Eternal Cowboy (2003), Searching for a Former Clarity (2005), Americans Abroad!!! Against Me!!! Live in London!!!(2006), New Wave (2007)...
Se não conhece da uma ouvida...

segunda-feira, 12 de maio de 2008


Eu me lembro muito bem de alguns episódios da minha vida.. outros eu simplesmente excluo da caixa, mas tem uns que marcam. Na época da Jelly´s Garden (uma banda em que toquei), decidimos tocar Lori Meyers, do NOFX. O baterista não ficou muito seguro no inicio, já que a música é realmente muito rápida. Mas não teve maiores problemas.. tava praticamente em todos os repertórios dos shows.. (show, hahahha).

No fim de semana retrasado, fui no aniversário de um grande amigo em uma outra praia aqui perto da minha. Quando ele me convidou nem pensei duas vezes... ele me disse que teria uma banda de uns amigos dele e que os caras tocavam hardcore, uma tal de Friend or Foe, de Joinville, aqui em SC. Fiquei pilhada o resto da semana, fazia um tempo que não assistia ninguém tocar... Cheguei lá de tarde e a banda só tocou depois das 20h, mas foi ótimo porque nesse meio-tempo conheci algumas pessoas sensacionais, inclusive integrantes da Friend or Foe.

Me diverti muito ouvindo o som dos caras, muito bom meeeesmo, com arranjos inteligentes, melodias marcantes, peso, acordes escalados e definidos. Não consegui ouvir muito bem o vocal porque o lugar era aberto, só tinha um microfone e o amplificador que meu amigo tinha conseguido não era muito bom. Mas eles tem backing vocals e posso até imaginar... Perdi a oportunidade de ver a F.or F. sábado passado. Não tenho mais 20 anos e uma balada forte na sexta pode comprometer a do sábado, kkkkkkkkkk Visite o myspace deles, e também tem comunidade no orkut.

Além das músicas próprias, tocam Bad Religion e NOFX, o que me rendeu minuuuutos de reflexão, uma caçambada de memórias explodiu na minha cabeça, acho que nem respirei.. Os caras tocam Lori Meyers e Vincent que me lembram cacetadas de coisas. Fiz um duo no Lori Meyers com um amigo, o Léo. Tão bom matar saudade...

E aí lembrei que sempre quis saber quem diabos é essa Lori Meyers. Dei uma "googlada" e achei vários links... não tinha certeza se Lori tinha mesmo sido a vizinha de cima, com quem Fat Mike jogava jogos proibidos quase todas as tardes, e que a viu em um filme pornô anos depois com uma marquinha familiar que fez com que ele a reconhecesse. Mas parece que é... tem uma outra Lori Meyers cantora, e uma banda Venezuelana com o mesmo nome... se você souber ou tiver alguma outra ideia, por favor, divida-a comigooooo.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

VEGAN...
Que Propagandhi é uma das minhas bandas favoritas não preciso nem falar, é só me ver ouvindo pra perceber o hardcorianismo genuíno que corre em minhas veias e brota de meus poros (aff). É favorita por muitos motivos. Adoro bandas com músicas inteligentes, que aproveitam a oportunidade de estar em palco, com microfone na mão, pra passar alguma ideia construtiva, alguma cultura, ainda que eu não seja integralmente adepta a elas (as ideias). O Propagandhi é uma banda Canadense, de Winnipeg. Eles são ativistas meeeesmo, sempre encabeçando campanhas contra violação dos direitos humanos, homofobia, racismo, imperialismo, fascismo, capitalismo e religião. Os caras são VEGAN, e é sobre isso que eu quero falar. O Vegan veio da palavra em inglês Vegetarian, mas é muito mais extremista. Os Vegan tem um estilo de vida que evita a exploração, seja ela humana, animal ou do solo. Não ingerem, não vestem, não usam para qualquer outro propósito, NADA que tenha origem animal. Como os vegetarianos, excluem carne, aves, peixe, ovos, leite animal (não-humano) e seus derivados, gelatina, mel de abelhas, etc.de sua alimentação. Não usam couro, lã, seda. Não tomam bebida alcoólica. Não admitem em hipótese alguma que algum animal (ou ser vivo) tenha a finalidade de servir ao homem.

O veganismo não tem nada a ver com religião, qualquer um pode ser vegan, assim como qualquer um pode ser vegetariano. Não é uma seita, não é um grupo anarco-extremista. Todos os integrantes do Propagandhi (Chris, Todd, Jord e Beaver) são ateus e são Vegan. "Todos nós somos vegetarianos (mais especificamente, vegan), o que significa que nós fazemos o melhor para viver sem essa coisa cruel e insana do capitalismo." Chris Hannah – guitarra e voz.

Eles não são gays, como eu imaginava. Olha o que Chris disse também em uma entrevista: "As pessoas são diferentes. Ao passo que as pessoas estão procurando por alguém que flutue o seu barquinho, está tudo bem por nós. Nós apoiamos totalmente o movimento gay e lésbico." São pessoas de conceitos e valores bem definidos e bem embasados. Pessoas livres e autênticas. Inteligentes. Musicalmente geniais. São completamente diferentes de mim, mas eu admiro enormemente essa banda, e é uma das minhas Top sem sombra de dúvida. Ainda tão na Fat Wreck Chords, mas tem seu próprio selo, o G7. Acho que vão ficar com a Fat até cumprir o contrato, e mesmo porque, quando ainda eram muito mais ativistas do que músicos (por muito tempo os sermões durante os shows duravam mais do que as musicas), o Fat Mike apostou nos caras e selou o Propagandhi. O album Today´s Empires Tomorrow´s Ashes é meu favorito. Na foto o baixista Todd Kowalsky no show na Outs em SP ano passado!

terça-feira, 6 de maio de 2008

PUNKROCKER...

No último fim de semana, fui à uma festa de aniversário. Tava trocando uma ideia com uma amiga sobre a época em que eu cantava em uma banda, sobre o Hard Core, e o Punk Rock.. Uma menina atravessou a sala e veio se sentar ao meu lado. Olhei pra ela e ela me arremessou a seguinte pergunta: "Então você já teve uma fase PUNK?" e eu respondi com toda a naturalidade que não, que não tinha tido uma fase punk, que não era suficientemente conivente com a ideologia a ponto de me tornar punk, e que a minha relação com o Punk Rock ainda existe e é cada vez mais íntima. Ela então me perguntou: ", mas então você é Anarquista?" e eu disse mais uma vez que não, que nunca tinha sido anarquista, que acreditava sim que uma "reforma" governamental é necessária, mas que não acho que nossa sociedade tem fundamentos culturais que sustentem o auto-governo. Ela me olhou com a mesma cara que minha filhinha me olha quando falo sobre História da Revolução Espanhola com ela, e me disse: "Mas... como assim... então se você não é Punk nem Anarquista, como que você ouve Punk?" ... galera, temos aí uma grande questão!!! kkkkkkkkkkkkkkkkk Sejamos fortes, sólidos de personalidade, decididamente nós mesmos, e façamos nossas escolhas... eu não saberia explicar o porquê da minha identificação com o som do Punk Rock e do Hard Core, não fosse pelas letras inteligentíssimas (não todas, claaaro) e pela batida que combina com a do meu coração. Há muitos anos, mais de 14, eu me delicio ouvindo minhas bandas favoritas. Na época em que cantava em banda, meu único compromisso fora ela era a escola, que eu simplesmente frequentava... Ficava o dia todo ouvindo punkrock, zanzando pela rua, fazendo coisas de adolescente... Mas sempre muito, prestei muita atenção, construí conceitos, destruí outros, me informei... sobre Anarquismo e a ideologia Punk, acho muito interessante, muito coerente e muito inteligente, mas não pra mim. Na minha realidade de brasileira, estudante, filha de médico e advogada, achava um descabimento alguém se entitular punk e viver de seguro desemprego. Tenho que dizer que sim, muita coisa que li sobre isso me ajudou a formar meu caráter e algumas linhas de raciocínio que eu tenho tem sim suas veias Anarco-Punk. Mas não sou, nem nunca fui uma Punk. Senti muito em desanimar a pobre menina, que pelo jeito ficou decepcionada por não encontrar ali alguém que tivesse partilhado as mesmas experiências de amizades desfeitas por conta da maneira como passou a se vestir, ou das brigas em família, por conta da revolta sem causa. E posso dizer com toda propriedade que eu me sinto imensamente bem ouvindo meu HardCore e meu Punk Rock, e que enquanto me sentir assim, vou onde quer que seja pra saciar minha vontade de me quebrar!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Groezrock




















Acontece na Bélgica, mais precisamente em Meerhout nos dias 9 e 10 de maio, próximo fim de semana, o GROEZROCK, um festival com quase 40 bandas no estilo ska/hardcore/punk. Quero falar sobre esse festival, porque reúne algumas particularidades... é, por exemplo, o único festival de bandas que permite que o fã fique cara a cara com sua banda favorita, pode conversar e pedir autógrafo como uma pessoa normal, e não como um único braço saltando do meio de um monte de outras partes de corpos de centenas de pessoas que se matam por uma assinatura num papel.. se for parar pra pensar, é absurdo. É um dos festivais que eu mais gostaria de ir, muitas bandas que tão na minha top10 list vão tocar... ah ta. Voltando ás particularidades... no Groezrock, assim como em outros festivais, tem-se a possibilidade de optar por acomodação em camping, ou em hostel ou hotel. A diferença é que o Groezrock disponibiliza durante 18h em cada dia o serviço de vans entre os campings e o local do festival, e o centro da cidade e o local do festival. Good Charlotte cancelou ontem porque um dos integrantes, um tal de Joey, teve um problema na familia e vai ter que ficar nos EUA pelas próximas semanas... já tá meio em cima da hora pra arrumar alguém pra substituir, não sei se vão fazê-lo... pessoas estão pagando pra assistir 37 bandas, afinal... fãs de Good Charlotte vão ficar putos porque os ingressos não serão aceitos de volta... mesmo porque tem mais uma cacetada de bandas, muitas sensacionais, pra entrete-los... dá uma olhada no site do festival, veja as bandas que vão tocar... http://www.groezrock.be/ e babeeee!!!